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Erros nos livros da 6.ª classe PGR denuncia infracções financeiras

Erros nos livros da 6.ª classe PGR denuncia infracções financeiras

A Procuradoria-Geral   da   República (PGR) acaba      de      submeter ao Tribunal Administrativo (TA) uma      denúncia      de      infracções financeiras no caso da   polémica   sobre   os   erros   detectados no livro escolar da 6.ª classe. 

A decisão do Ministério Público   surgiu   após   a   avaliação   do   relatório   de   uma   comissão mista presidida pela Inspeção Geral   do   Trabalho, que mostrou a existência de “diversos   factos   susceptíveis   de consubstanciar infracções  financeiras  imputáveis  a  seis  gestores  do  Ministério  da  Educação    e    Desenvolvimento    Humano”, indica uma nota da PGR divulgada quarta-feira. Em causa está o polémico caso   de   erros, considerados   graves, detectados no livro da 6.ª classe do ensino primário.

  O episódio mereceu a análise de uma comissão de inquérito, que concluiu negligência e falta de profissionalismo na produção   dos   manuais, responsabilizando departamentos do ministério e da Porto Editora. Segundo o Ministério Público, entre as infrações destacam-se a execução de contratos sem a submissão prévia ao    Tribunal    Administrativo, autorização     de     pagamento     e de impressão de livros que continham   erros   com   base   num relatório de “avaliadores ARQUIVO designados de forma irregular e   agregação   de   funções   que   geraram conflitos de interesse por parte de alguns gestores”.

O   Ministério   Público   solicitou, ainda, o   desencadeamento de uma auditoria de desempenho sobre contratos celebrados entre o Ministério da   Educação   e   Desenvolvimento   Humano   e   empresas   editoriais. O    MINEDH    criou    uma    comissão   para   investigar   os   motivos para os erros no manual da disciplina de Ciências Sociais da 6ª classe, que foram divulgados   nas   redes   sociais   em finais de maio do ano passado. Na altura, já tinham sido distribuídos pelos alunos 941 700 livros.

O manual coloca Moçambique fora da África Austral e afirma   incorretamente   que esta região tem cinco países, nomeadamente África do Sul, Botswana, eSwatini, Lesotho e Mamília.  Moçambique é colocado pelo livro na África Oriental, na mesma região que nações como Somália, Etiópia e Uganda.

O livro escreve que o Estado do Zimbabwe é geograficamente limitado ao norte pelo Mar Vermelho, que, na verdade, se localiza mais a norte de África. O manual diz ainda que o rio dos Bons Sinais é o mesmo que o rio Inharrime, embora o primeiro se localize na província central da Zambézia e o segundo em Inhambane, no sul. Mais ainda, o manual ilustra o interior do Parlamento angolano para depois legendar que se trata da Assembleia da República.