Please wait..
Quatro mil alunos estudam ao relento em Mecanhelas

Quatro mil alunos estudam ao relento em Mecanhelas

Quatro mil alunos estudam ao relento em Mecanhelas

CERCA de quatro mil alunos, maioritariamente a frequentar o nível básico, no distrito de Mecanhelas, no Niassa, recebem aulas ao relento, na sequência da destruição pelas chuvas e ventos
fortes da cobertura de 84 salas, edificadas com chapas de zinco e material precário.
Entretanto, as autoridades governamentais locais reconhecem a sua incapacidade para financiar a reparação dos danos causados pelas chuvas, acompanhadas de ventos fortes.

O número de alunos que recebia aulas ao relento era superior aos cerca de quatro mil, mas, em resultado de uma acção desencadeada recentemente pelo Governo provincial e seus parceiros, que consistiu na distribuição de tendas e lonas, aliviou a situação, de acordo com o director local do sector da Educação, Juventude e Tecnologia, Xavier Renade.

As tendas foram montadas no recinto das escolas cujas salas sofreram o impacto negativo das intempéries para albergar as turmas e garantir as condições mínimas para leccionação.
Por seu turno, as lonas foram disponibilizadas para a recuperação da cobertura de algumas salas destruídas pelos impactos da força dos ventos que assolaram aquele distrito mais populoso do Niassa.

“Para a recuperação dos danos que as intempéries provocaram na rede de infra-estruturas escolares do distrito, no corrente ano, vamos precisar de somas avultadas que, neste momento, o sector
não dispõe. O assunto já foi canalizado ao Governo provincial que certamente vai se empenhar a fundo visando mobilizar os recursos financeiros necessários”, disse Renade sem avançar o montante necessário, alegadamente porque o levantamento não foi concluído.

Salientou que, decorrente da mobilização dos pais e encarregados de educação dos alunos que este ano foram matriculados nos diferentes subsistemas de ensino, no distrito, para comparticipar no processo de angariação de materiais de construção precário para a reconstrução das salas danificadas pelo impacto das intempéries, o seu sector perspectiva uma resposta positiva no que à matéria diz respeito.

Xavier Renade precisou, noutro desenvolvimento, que o seu sector tem um défice de 227 professores, dos quais 192 para leccionar as disciplina de Educação Visual e Desenho Descritivo, no nível básico, e de Física, Inglês, Francês e Matemática, no ensino secundário geral.
O distrito matriculou para o ano lectivo em curso cerca de 90 mil alunos e, de acordo com o entrevistado, não há nenhuma turma que não recebe aulas numa determinada disciplina porque alguns professores têm tempos extras e o pagamento desse esforço está garantido porquanto foi orçamentado tendo em conta a previsão do défice de docentes.

O efectivo escolar do presente ano lectivo, comparado ao de 2021, incrementou em cerca de 35 mil alunos nos ensinos básico e secundário geral. Questionado como foi possível lograr esse sucesso, Xavier Renade disse que, “devido à pandemia da Covid-19 que assolou fortemente o país nos últimos dois anos, os pais e encarregados de educação tiveram receio de matricular os seus educandos temendo que a escola seria um local de contágio da doença viral”.

Com o abrandamento significativo da ocorrência de novos casos da pandemia do novo coronavírus à escala nacional, as acções de mobilização e sensibilização dos pais e encarregados de educação para levar os seus filhos à escola foram bem sucedidas, segundo a fonte, reconhecendo que a margem foi inesperada.